“A Scania passa a ser vidraça”

Depois de um 2013 tão forte quais são os planos da Scania para 2014? Ano de Copa do Mundo, eleições, a safra agrícola em novas bases recordes e o BNDES Finame agora funcionando, de novo.

ERONILDO SANTOSDepois de um 2013 tão forte quais são os planos da Scania para 2014? Ano de Copa do Mundo, eleições, a safra agrícola em novas bases recordes e o BNDES Finame agora funcionando, de novo.

“A Scania passa a ser vidraça”, diz de forma simples o diretor de vendas de veículos Scania do Brasil, Eronildo Santos, durante apresentação de balanço das operações da companhia, na última sexta-feira.

“Já contamos com 350 unidades em carteira neste ano”, destaca o executivo ao relatar que o período de transição para a definição das novas regras do BNDES Finame chegou a impactar o faturamento da empresa nos dois últimos meses.

Segundo Eronildo Santos, 97% das vendas realizadas pela empresa em 2013 contaram com o apoio das linhas de crédito do banco de fomento e os 3,0% restantes vieram através do consórcio Scania. “Historicamente o Finame tem peso de 97% nas vendas de todo o setor”, aponta ele ao destacar que diante de um percentual tão expressivo é evidente que qualquer quadro de incerteza ou indefinição ‘gera estragos’.

A linha de ação da empresa nesse momento é defender seus ganhos de mercado – obtidos em 2013 – com base na segmentação de produtos, maior regionalização e ampliação de soluções integradas com serviços.

“Temos um produto campeão de vendas que é o R440, com vendas de 10.508 unidades no ano passado. O modelo hoje atende desde grandes e médios frotistas a pequenos transportadores”, diz ele ao pontuar que 70% das novas vendas do R440, realizadas no ano passado,  se deram junto a motoristas autônomos. “30% das vendas foram para grandes frotistas”, revela o executivo ao destacar a propaganda boca-a-boca como um dos motivos de sucesso das vendas realizadas para motoristas autônomos.

Segundo Eronildo, o R440 foi o caminhão mais emplacado em 2013. Das 10.508 unidades vendidas, 44% foram para transportadores de grãos e insumos.

Semipesados, o grande desafio

Se por um lado a linha de defesa será mais forte no segmento de pesados para a Scania neste ano, a linha de ataque estará totalmente montada nos semipesados. “Queremos 10% do segmento em cinco anos e não estamos pensando apenas no 8×2, mas no desenvolvimento de novos produtos para aplicação em novos nichos desse mercado”, diz Eronildo Santos.

No ano passado a marca Scania obteve o maior índice de crescimento no segmento brasileiro de caminhões semipesados, com a venda de 1.715 unidades, ou 51% a mais que no ano anterior. Quem está por trás desse desempenho é o P 310, que vendeu 1.282 unidades, sendo 1.193 na versão 8×2, ou 69,5% das vendas de semipesados da Scania.

Outro destaque da empresa, dessa vez na linha Off-Road foi a venda de 1.515 unidades no ano passado, o maior volume já registrado pela empresa no Brasil, nesse segmento. Um ponto positivo foi o lançamento do P 310 6×4 com redutor nos cubos. “Nosso portfólio aqui é completo. Somos líderes nos segmentos de construção civil e mineração e estamos trabalhando para avançar sobre o segmento de cana de açúcar, que é dominado pela Mercedes-Benz”, aponta Eronildo Santos.

Na linha de ônibus, uma das expectativas é a retomada das licitações pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT),  d e linhas interestaduais de ônibus no País. O leilão que envolve 2.110 linhas de transporte em 2.050 municípios brasileiros foi suspenso em dezembro, por meio de liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), a pedido do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (SETPESP).

No ano passado a empresa ampliou a venda de chassis para ônibus urbanos em 43% (113 unidades) e comercializou 1.013 rodoviários, alta de 5,7%. Só o Grupo Gontijo comprou 102 unidades do K 400 6×2, no primeiro lote de modelo Euro V vendido a esse cliente.

Vale destacar que o Brasil hoje representa 27% das vendas totais do Grupo Scania no mundo, sendo que a média de investimentos soma R$ 100 milhões por ano.

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