Abidip e associados fazem protesto em Brasília nesta terça-feira

A desvalorização do real frente ao dólar, de 8,72% entre a virada do ano e hoje, o aumento da burocracia para o desembaraço aduaneiro de pneus importados, através da Maré Vermelha, e as mudanças no contexto da Guerra dos Portos, minimizando os ganhos tributários junto ao desembaraço de mercadorias em portos brasileiros já produziu efeitos sobre o recuo das importações de pneus neste ano.

A desvalorização do real frente ao dólar, de 8,72% entre a virada do ano e hoje, o aumento da burocracia para o desembaraço aduaneiro de pneus importados, através da Maré Vermelha, e as mudanças no contexto da Guerra dos Portos, minimizando os ganhos tributários junto ao desembaraço de mercadorias em portos brasileiros já produziu efeitos sobre o recuo das importações de pneus neste ano. 

As observações foram feitas nesta segunda-feira, 09, pelo presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) e deputado Rinaldo Siqueira Campos (PSC). 

“As importações já sofreram um recuo de aproximadamente 10%”, disse ele e além dos fatores citados acima, o executivo da Abidip ressaltou o fato de a economia interna ter e estar registrando um desempenho aquém do esperado. 

Visando tratar dessas questões, mas mais importante que isso, auxiliar o governo federal na busca de equalização de regras que permitam o bom trabalho dos importadores de pneus no Brasil, a Abidip realiza nesta terça-feira, em Brasília, a entrega de documentos, planilhas e dados que permitam às autoridades econômicas, financeiras, fiscais e tributárias terem uma melhor noção de quais são os problemas do setor, onde eles se encontram e como tornar o jogo mais equânime entre os agentes de mercados, sejam eles importadores ou produtores locais de pneus – que também realizam grandes somas de importações de pneus ao mercado local. 

“Já temos a confirmação de 30 de nossos 46 associados em Brasília, nesta terça-feira. Vamos nos reunir às 10h30 na Câmara Legislativa do Distrito Federal e vamos entregar todos os documentos que temos para as autoridades, no sentido de buscar a correção de várias distorções que estão ocorrendo no segmento de importação de pneus”, disse. 

Segundo ele essa é uma forma de auxiliar o governo na construção de um mercado mais sadio, mas também, uma forma de protesto pela letargia e a forma como as autoridades estão agindo neste momento. 

“A Operação Maré Vermelha é importante, mas está longe de atacar o cerne dos problemas do setor, que é o subfaturamento e operações triangulares que envolvem desde o fabricante no exterior à logística e entrega e entrada da mercadoria no mercado brasileiro. Não somos contra a Operação Maré Vermelha, achamos apenas que o cerne do problema está longe de ser resolvido por essa ação”, diz. 

No último balanço das exportações e importações brasileiras de pneus, referente a maio deste ano, as vendas acumuladas de pneus ao exterior foram de US$ 713,1 milhões, enquanto as importações somaram US$ 600,1 milhões, com superávit na pauta setorial de US$ 113 milhões. 

Esse foi o quinto resultado positivo na balança comercial brasileira de pneus e o melhor resultado obtido desde 2010, dentro da série do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

Os números mostram que as ações continuadas pelo governo brasileiro têm surtido efeito – dentro do conceito de proteger a indústria local e incentivar a venda de produtos com alto valor agregado, como é o caso de pneus e seus subprodutos -, mas por outro lado tem levado a um quadro de maior dificuldade para o segmento de importações desses produtos e subprodutos. 

Tabela Sugestão 

Outra questão que será exposta pelos associados à Abidip em Brasília hoje diz respeito à tabela sugestão. O setor entende que o ideal seria a prática de uma tabela de preços por quilo e por aro, e não como é feita hoje, apenas por quilo. 

“Pelos nossos cálculos, da forma como o governo pratica essa tabela hoje há uma perda de arrecadação superior a R$ 400 milhões por ano aos cofres públicos. A mudança por quilo e por aro daria maior e melhor equilíbrio aos importadores e à indústria local, todos ganhariam, inclusive o governo”, disse.

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