Caem os preços da borracha sintética e natural

Comportamento do petróleo e indústria chinesa explicam recuos

Os preços da borracha natural negociados nos principais mercados da Ásia declinaram neste início de junho, motivados por baixas da cesta de moedas local frente ao dólar, mas também por uma leve queda da capacidade de produção da China, que reúne o maior conjunto de empresas produtoras de pneus do mundo.

Outro motivo alegado pelo recuo geral das cotações da borracha natural se deve ao comportamento dos preços internacionais do petróleo, que tornaram as cotações da borracha sintética mais ‘atraente’.

Na Malasian Rubber Board, os preços da borracha SMR 20 (mais utilizada para aplicação em pneus), apresentam baixa de 1,79% quando medidos entre 01 e 09 de junho, com média de 142.44 US$ cents/kg.

Essa cotação reflete alta de 11,97% sobre o mesmo período do ano passado, mas já é a mais baixa na série de 2017, equivalendo aos preços praticados entre setembro e outubro do ano passado.

No mesmo período, os preços do barril de petróleo cru cediam de US$ 49,75 para US$ 47,41, apresentando queda de 1,81%, fato que na visão de analistas de mercado pode estar tornando os preços da borracha sintética mais atraentes, com consequente redução da demanda por borracha natural.

A explicação mais plausível, no entanto, pode estar associada à redução da produção de pneus na China, por força de feriados como o Dia do Trabalho, que leva em conta três a sete dias de comemorações naquele país, segundo fontes locais.

Para se ter uma noção, a utilização da capacidade dos produtores de pneus da Província de Shandong chegou a ceder 4,32 pontos percentuais em maio – comparativamente a abril – para 62,61% e 11,10 pontos quando comparada a maio do ano passado.

A partir de 02 de junho essa capacidade caiu 1,3 ponto percentual em relação ao final de maio, ou 4,71 pontos sobre o mesmo período do ano passado.

No geral, a indústria chinesa de pneus encerrou a primeira semana de junho com utilização da capacidade 0,24 ponto abaixo da última semana de maio e 7,34 abaixo, comparativamente ao mesmo período de 2016.

Fontes locais apontam que o resultado – da Província de Shandong e geral, do país –  já figura como o pior desde janeiro.

Enquanto alguns analistas apontam para a questão dos feriados, outros chamam atenção para o impacto gerado pelas inspeções ambientais mais rigorosas empreendidas sobre a indústria local de pneus, envolvendo ainda segurança de produção e segurança contra incêndios.

Coincidência ou não, as inspeções mais pesadas concentraram-se em Guangrao, na Província de Shandong, onde alguns produtores locais chegaram a paralisar suas linhas de produção por não atenderem aos requisitos ambientais e trabalhistas do governo chinês.

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