Corrupção, tributos e burocracia derrubam o Brasil em pesquisa da KPMG

Estudo da KPMG com 60 países mostra que o problema da corrupção no Brasil é um dos principais impeditivos para o pleno desempenho econômico e recebimento de mais e mais investimentos externos.

Estudo da KPMG com 60 países mostra que o problema da corrupção no Brasil é um dos principais impeditivos para o pleno desempenho econômico e recebimento de mais e mais investimentos externos. 

Essas e demais informações estão presentes no novo índice criado pela KPMG, chamado de Índice de Prontidão para Mudanças. Nele o Brasil aparece na 31 posição do ranking, com índice de 0,44, o mesmo apresentado pela Indonésia e Mongólia, mas atrás de Quênia e Jamaica. 

Segundo as constatações da KPMG, em que pese o fato de o Brasil ter recebido US$ 66 bilhões em investimentos estrangeiros no ano passado, atrás apenas da China e Estados Unidos, o pleno desempenho da economia esbarra na disponibilidade de financiamentos e o embrenhado regime tributário, fiscal e de regras fundamentais para o pleno desempenho dos projetos privados. 

A KPMG tem plena e total razão nos pontos alinhavados, uma vez que a matriz de tributos brasileira é uma das complexas e pesadas do mundo, mas vale ressaltar um ponto não tocado no relatório: o BNDES. 

Os recursos ali disponíveis são maiores que as reservas disponíveis no Banco Mundial. O que se deve questionar, no entanto, é como o BNDES empresta esses recursos, algo que sabidamente não atinge os setores que mais necessitam. 

A questão do spread bancário, que está no ordem do dia no Palácio do Planalto, é outra questão fundamental, e os reflexos estão se dando aos poucos, via Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. 

Mas o ponto básico e fundamental do estudo é o que relaciona a capacidade de o Brasil lidar com a corrupção. Entre 95 países analisados pela Transparência Internacional, o Brasil está na 73 posição.

A KPMG diz com todas as vírgulas – e está certa nisso – que apesar das leis e regras anticorrupção o problema é generalizado na administração pública brasileira, algo que afeta os quadros econômico, político e institucional, e, consequentemente, a capacidade de o Brasil gerenciar as mudanças em curso no mundo.  

Pontos do relatório da KPMG podem ser até questionáveis, mas o cerne da questão está corretíssimo. 

Vale a pena ler o conteúdo completo do estudo em KPMG.

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