Onda protecionista derruba importação de pneus, diz Abidip

A onda protecionista adotada pelo Governo Dilma Rousseff já está tendo como consequência à redução da entrada de pneus importados no Brasil. A constatação é do presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), Rinaldo Siqueira Campos.

A onda protecionista adotada pelo Governo Dilma Rousseff já está tendo como consequência à redução da entrada de pneus importados no Brasil. A constatação é do presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), Rinaldo Siqueira Campos. 

Entre as ações adotadas ao longo deste ano estão: três processos de dumping contra pneus de bicicletas, motocicletas e afins, contra pneus de passeio e contra pneus de caminhões, a implantação da Operação Maré Vermelha e novas restrições no Sistema Radar, além do ponto final na Guerra dos Portos – que permitia benefícios e isenções fiscais aos importadores. 

Na soma dessas disposições todas – sem contar o processo de valorização do dólar ante o real, a moeda brasileira -, os importadores estão perdendo o fôlego. 

“Quem perde num primeiro momento é o importador, mas quem vai perder num segundo momento é o consumidor”, afirma Siqueira Campos. Segundo ele, isso deve ao fato de que a onda protecionista está ou ainda vai acabar com a competitividade de produtos e de preços no mercado interno, e quem vai pagar a conta é o consumidor. 

“O pneu nacional (a indústria nacional) não quer competitividade”, destaca o executivo, “ela quer é proteção e o protecionismo do mercado para ele (elas)”. 

Segundo Siqueira Campos, os importadores diminuíram suas compras neste ano, principalmente diante do que ele chama de arrocho do governo, no que diz respeito à fraude e pneus subfaturados. 

Depuração de mercado 

O presidente da Abidip deixa claro que o mercado de pneus importados atravessa hoje um processo de depuração. Em sua visão, o que pode ocorrer com a onda protecionista é que alguns importadores deixem o segmento, mas ao longo do tempo as fábricas (estrangeiras) os substituam por outros importadores. 

Em que pesem as dificuldades momentâneas do setor, Siqueira Campos aponta que não há risco eminente de falta de pneus importados para comercialização no Brasil. 

O executivo acredita que não apenas os preços dos pneus importados venham a subir, mas também os preços dos pneus produzidos pela indústria nacional. “Se o pneu importado que tem mais qualidade e preço mais baixo não pode competir devido ao arrocho protecionista do governo brasileiro, é evidente que os pneus nacionais têm todo o espaço de comercialização só para eles e sem competição eles podem praticar o preço que quiserem”, destaca.

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