Produtoras de pneus reclamam de aumento de matérias-primas

Borracha RSS3# subiu 54,7% e a TSR 20 outros 43,7%. O petróleo WTI subiu 28,2%.

 

Os relatórios de desempenho financeiro divulgados por empresas produtoras de pneus ao redor do mundo estão vindo recheados de apontamentos acerca do impacto negativo relativo ao alto custo de matérias-primas, especialmente, da borracha natural.

No início de agosto, a Apollo Tires, maior empresa produtora de pneus de origem indiana, apresentou recuo de 72% em seus lucros relativos ao primeiro trimestre fiscal encerrado em 30 de junho de 2017.

Segundo o presidente e CEO da Apollo Tires, Onkar S Kanwar, esse resultado foi impactado, entre outros motivos, pelo aumento de 30% da cesta de matérias-primas usadas pela companhia para a produção de seus pneus. Outros motivos alegados foram a prática de dumping em pneus de caminhões e ônibus chineses e a mudança do padrão de emissão de poluentes BS III para BS IV (Bharat Stage).

O padrão indiano Bharat Stage segue os padrões Euro 3 e Euro 4 adotados na Europa, e prevê ainda os estágios V e VI, sempre em consonância com os padrões Euro 5 e Euro 6.  O Brasil faz o mesmo através do Proconve (Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores), onde o Proconve P3 atendeu as métricas do Euro 1, o P4 (Euro 2), o P5 (Euro 3), o P6 (Euro 4). Estamos no Proconve P7 (Euro 5) e trabalhando para o Proconve P8 visando enquadramento ao Euro 6.

Segundo o Conselho de Administração da Bridgestone Corporation, a variação dos preços da borracha natural RSS3#, com base nos preços da Singapore Commodity Exchange Limited (c/kg) de 148 no primeiro trimestre de 2016, de 180 no segundo trimestre de 2016, saltando para 229 no primeiro trimestre de 2017. Ou seja, uma evolução de 54,7% entre o primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado.

A borracha TSR 20 (c/kg) teve preços de 126 (1T16), 149 (2T16) e de 181 (1T17), ou 43,7% entre o primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado.

O petróleo WTI ($/bbl), teve preços de 39 (1T16), 47 (2T16) e de 50 (1T17), ou 28,2% superior, na mesma base de comparação.

O custo final com matérias-primas no primeiro semestre de 2017 foi de 68 bilhões de ienes, equivalentes a 621,7 milhões no período.

Yokohama Rubber, Hankook e Kumho também expressaram em seus informes de mercado, o impacto negativo dos custos de matérias-primas como fator responsável por lucros operacionais menores que os estimados.

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