Michelin desenvolve clones da hevea brasilienses
Os estudos desenvolvidos pela Michelin com a hevea brasilienses no Brasil já compreendem 25 anos. Em todo esse período foram isolados 72 tipos de fundos que acometem os seringais baianos.
Os estudos desenvolvidos pela Michelin com a hevea brasilienses no Brasil já compreendem 25 anos. No epicentro desses estudos está o pesquisador Carlos Raimundo Reis Mattos, que com o apoio de cientistas franceses do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica e Desenvolvimento (Cirad), empreenderam um esforço de guerra até obterem pleno êxito no desenvolvimento de três clones resistentes a pragas e fungos.
Em todo esse período foram isolados 72 tipos de fundos que acometem os seringais baianos. Foram feitas mais de 750 mil polimerizações em plantas da Fazenda Ouro Verde – de propriedade da Michelin -, na região de Igrapiúna, no Baixo Sul da Bahia.
De cada 60 mil polimerizações realizadas, os pesquisadores escolheram três mil indivíduos que foram recolhidos e plantados em um campo de avaliação e que ali permaneceram por quatro anos. Ao final desse período, foram selecionados outros 100 indivíduos, considerados os mais resistentes, dentre os três mil ali plantados e com eles foram realizados testes precoces de produção.
Nesses testes, nova seleção foi feita e plantada em novo campo de experimentação, que, com as mesmas repetições anteriores, redundou na seleção de 10 clones, que testados e aprovados, foram plantados em novo campo de experimentação, cujo resultado latente foi à obtenção de três clones resistentes a pragas, em um trabalho de 25 anos de observação, testes, análises e pesquisas continuadas.
Onde estão os clones
Os clones de seringueiras resistentes a fungos estão sendo plantados em seringais da Fazenda Ouro Verde e em 14 cidades no entorno de Igrapiúna e região, avançando para estados como o Espírito Santo, e em estudos para implantação nos seringais do Rio de Janeiro e São Paulo.
No caso de São Paulo, o maior produtor de borracha natural do Brasil, os estudos estão sendo acompanhados por cientistas da Unicamp e pelo Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia, ligado a Embrapa. Desde abril de 2012 testes de implantação estão sendo feitos em áreas agrícolas do Vale do Paraíba.
Especificamente na Bahia, o governo local já criou um programa de longo prazo onde pretende plantar 100 mil hectares de seringueiras no Estado pelos próximos 25 anos. O projeto passa pelo uso dos clones desenvolvidos pela Michelin.
Mas os clones também estão em testes fora do Brasil. Segundo o pesquisador da Michelin, Carlos Raimundo Reis Mattos, centros de pesquisa na Colômbia e Equador avaliam a adoção da cultura em seus países e a própria Michelin já tem internados em seus laboratórios na França os clones desenvolvidos na Bahia, para testes visando implantação futura nos seringais dos maiores países produtores do insumo, localizados no Sudoeste da Ásia.
Todo esse trabalho vem sendo acompanhado pelo IRRDB (International Rubber Research and Development Board), a maior rede de pesquisa e desenvolvimento de borracha natural do mundo.
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Fontes para pesquisa
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