VW: “2013 será um ano difícil. Não há sinais de recuperação”

“As montadoras asiáticas estão muito agressivas e atuando de forma muito forte no lançamento de produtos com custos baixos sobre os mercados da Europa Central e Oriental. Eles fabricam carros muito mais baratos do que podemos fabricar em nossas fábricas alemãs”

A Volkswagen da Alemanha iniciou as negociais salariais com o IG Metall, sindicato que reúne 102 mil trabalhadores sindicalizados nas fábricas de Wolfsburg, Brunswick, Hanover, Salzgitter, Emden e Kassel, bem como com os que atuam na Volkswagen Financial Services AG.

Em informe ao mercado nesta segunda-feira, 06, o negociador-chefe da VW, Martin Rosik, chefe de recursos humanos da Volkswagen, descreveu um cenário bastante difícil para as negociações salariais em curso.

“2013 será um ano difícil. Não há sinais de recuperação”, descreveu em nota ao destacar para “uma deterioração dramática da situação do mercado automotivo europeu”. “Explicamos a situação para o IG Metall e vamos buscar um caminho ao lado dos trabalhadores”, disse.

Em seu relato Martin Rosik destacou que “estamos diante uma queda dramática da demanda”, com os mercados da “Itália, Espanha, Portugal e Grécia reduzidos em mais da metade do que eram em 2007”, disse.

“O mercado na Europa contraiu em mais de 20% e não há sinais visíveis que possam nos dar motivos para otimismo”, relatou o chefe de recursos humanos da Volkswagen. Segundo ele, as montadoras que dependem em grande parte ou exclusivamente do mercado europeu estão ameaçadas de não atingir seus resultados.

“As montadoras asiáticas estão muito agressivas e atuando de forma muito forte no lançamento de produtos com custos baixos sobre os mercados da Europa Central e Oriental. Eles fabricam carros muito mais baratos do que podemos fabricar em nossas fábricas alemãs”, relatou ao apontar que o custo de mão de obra na fabricação de um carro coreano chega a ser 30% inferior ao custo de mão de obra praticado na Alemanha.

Além do recorde das taxas de desemprego, corte de salários e medidas de austeridade adotados em muitos mercados europeus, a situação também é agravada por essa desvantagem competitiva, disse.

“A Volkswagen vai continuar produzindo carros na Alemanha, no entanto, dada a situação dramática (vivida hoje) só terá sucesso na medida em que encontrar as respostas certas junto e ao lado dos trabalhadores”, afirmou em nota.

Uma nova rodada de negociações salariais entre VW AG e IG Metall ocorrerá em 27 de maio, informa a Volkswagen Aktiengesellschaft.

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