ARTIGO: Deitado eternamente em berço esplêndido

É hora de o Brasil se preparar para um segundo mandato da presidente Dilma, sem deixar de sonhar com uma literal “Revolução” em setores da política, economia e segurança, pois, mais do que reformas, nosso País precisa de revoluções.

Por Ricardo Martins*

Com o fim da disputa eleitoral, voltamos nossas expectativas para a retomada do crescimento econômico do Brasil, desenvolvimento esse que transformará o refrão do Hino nacional “Deitado eternamente em berço esplêndido” em “conseguimos conquistar com braço forte”.

É hora de o Brasil se preparar para um segundo mandato da presidente Dilma, sem deixar de sonhar com uma literal “Revolução” em setores da política, economia e segurança, pois, mais do que reformas, nosso País precisa de revoluções.

Eis nossas propostas de revoluções para o próximo mandato presidencial:

Revolução na Condução da Máquina Pública

A máquina pública precisa ganhar eficiência e ser administrada com metas de desempenho e produtividade, como em uma grande empresa. Deve ser feita uma reforma administrativa baseada em meritocracia e que evite o aparelhamento da máquina administrativa. A nova gestão deve ser séria, ética e capaz atacar a corrupção que atrapalha o progresso do País. Além disso, deve criar instrumentos capazes de punir com severidade todos os envolvidos nesses atos criminosos.

Revolução na Economia

A retomada do crescimento econômico é, segundo os especialistas, o grande desafio do segundo mandato do governo Dilma. A presidente reeleita deve cercar-se de uma boa equipe de economistas e atacar as causas da inflação, controlar a estabilidade do dólar, facilitar a importação de insumos, aumentar o crescimento do PIB e incentivar as exportações.

A política econômica a ser implementada deve oferecer maior previsibilidade para o empresário no longo prazo, trazer equilíbrio das contas e atrair mais investimentos. O País depende de geração de empregos e renda. E quem gera emprego e renda é a indústria!

Revolução na Gestão Tributária

A burocracia é um dos gargalos para o desenvolvimento dos setores produtivos do Brasil. O sistema tributário brasileiro inibe o crescimento das empresas. A reforma tributária é o primeiro passo. Para isso, o governo deve buscar a simplificação. A desburocratização é imprescindível para que a indústria nacional seja mais competitiva no mercado internacional. Os altos impostos impedem a competitividade e a reforma tributária é necessária para mudar esse cenário.

Revolução na Legislação Trabalhista

A quantidade de processos trabalhistas no Brasil demonstra que a reforma é essencial: cerca de dois milhões de casos são julgados por ano. A atual legislação trabalhista brasileira é engessada, quer regular tudo e desestimula o emprego. Uma maior flexibilidade permitirá que os acordos entre patrões e empregados sejam, de fato, validados. 

A presidente deve dar ênfase na reforma trabalhista para que o País volte a crescer. O diálogo com os sindicatos de ambos os lados, patronal e de trabalhadores, é fundamental.

Revolução na Justiça

Combater a impunidade e acabar com a corrupção passam por um Judiciário mais eficiente. As regalias que vemos aqui são fruto de um país sem justiça. O ideal seria unificar a Justiça, eliminando os tribunais setoriais. Devemos acabar com as mordomias. Nossos magistrados devem ter os mesmos direitos e obrigações que todos os outros trabalhadores, inclusive na carga horária de trabalho.

Revolução na Infraestrutura

O setor industrial exorta o governo para a melhoria das condições logísticas do País, pois estamos desestruturados. Precisamos de uma infraestrutura de qualidade nas ferrovias, hidrovias, aeroportos, rodovias, em número suficiente e com acesso industrial e comercial.

Mais revoluções

Propomos ainda a modernização de nosso sistema político; mais segurança pública; e investimentos massivos em educação e saúde. 

* Ricardo Martins é diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP – Distrital Leste) (www.ciespleste.com.br) e diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da FIESP. Também é vice-presidente do SICETEL – Sindicato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos. 

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