Persiste o clima para novos aumentos de preços

Assim como no Brasil, o governo tailandês deu início neste ano um processo de formação de estoques reguladores sobre 1,3 milhão de produtores e cooperativas de borracha natural daquele país.

Assim como no Brasil, o governo tailandês deu início neste ano um processo de formação de estoques reguladores sobre 1,3 milhão de produtores e cooperativas de borracha natural daquele país. 

Foram destinados cerca de US$ 490 milhões para aquisição de borracha RRS3, mas cujo impacto ainda se mostra muito limitado. O objetivo da formação desses estoques reguladores seria o de dar maior equilíbrio aos preços do insumo. A meta seria a compra de 200 mil toneladas, o equivalente a 7% da produção total do país, mas a demanda tem ficado bem abaixo do esperado. 

Para abril, a estimativa é que os produtores mantenham seus estoques, uma vez que se dará o pico da estação seca e os seringais param de produzir látex. Qualquer aumento da demanda por borracha natural naquele país só deve começar a se registrar a partir de maio. 

Na visão dos analistas de mercado asiáticos, a ação do governo tailandês é populista e visa manter os preços do insumo altos, tanto assim que já teriam provocado alta de 20% nos mercados futuros da commodity negociados no Japão. A agência de notícias norte-americana Bloomberg, já apurou alta de até 28%.

Enquanto isso, Índia e China mantém compras bastante esparsas. Segundo as agências internacionais, um comerciante de Cingapura definiu a forma de atuação da China da seguinte maneira: “A China é quieta como um rato de igreja com chinelos de algodão.” 

A tradução para isso é que, descontente com os preços internacionais, os chineses estão testando os produtores asiáticos, hora com compras pontuais na Malásia e Vietnã – onde os preços estaria mais baixos – e fechando as portas para os produtores da Tailândia e Indonésia – onde os preços estariam mais altos. O valor total dessas compras teria sido de aproximadamente 136 mil toneladas de borracha natural. 

Segundo essas agências internacionais, as fábricas chinesas de pneus estão preferindo esperar pelo aquecimento do mercado local e numa primeira etapa usar seus estoques reguladores para a produção de pneus  – aguardando pela queda dos preços nos foros globais – e só depois irem às compras. Nos armazéns alfandegados da região de Qingdao esses estoques seriam de 200 mil toneladas do insumo. 

Por esse motivo, a China estaria fazendo compras pontuais, de forma muito seletiva apenas para repor seus estoques, aguardando pela melhoria do quadro geral dos preços.

Enquanto isso não acontece, a commodity se mantém em patamar elevado, onerando o custo das empresas que fabricam pneus, o que eleva o risco de novos anúncios de aumentos de preços sobre os produtos finais ao consumidor. 

De bom é que os seringais plantados na Tailândia há mais de cinco anos devem atingir sua fase mais produtiva a partir de maio.

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