Produção de autos e comerciais leves cresce 28,6%; vendas 13,5% e exportação 58,7%

Números da Anfavea permitem antever que o segmento está com baixíssimo nível de estoques.

Da produção total de 2.236.890 autoveículos contabilizada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),  entre janeiro e outubro deste ano, 96,2% foram de veículos leves – de 2.151.922 unidades o que reflete expansão expressiva de 28,6% sobre igual período do ano passado.

Fazendo-se uma correlação entre a produção e a venda desses veículos, se tem que das 2.151.922 unidades produzidas, 1.577.658 foram vendidas no mercado interno, o que equivale a 73,31% do total e alta de 13,5% sobre as vendas celebradas em igual período do ano passado.

Produção menos vendas sobram 574.264 unidades – entre veículos leves e comerciais leves – que foram 100% comercializados através das exportações.

Aliás, os números da Carta da Anfavea mostram que as exportações foram maiores que o saldo entre produção e vendas, uma vez que as vendas ao exterior (de veículos e comerciais leves) somaram 596.311 unidades.

Ou seja, o que se exportou (596.311 unidades) deduzido do que sobrou – entre produção e vendas = 574.264 unidades – há um déficit de 22.047 unidades, o que pode representar estoques baixíssimos e propensão a terceiros turnos até a virada do ano – o que seria uma ótima notícia em termos de geração de emprego e renda.

A exportação é um dos pilares que a indústria automotiva potencializou – e na verdade todos os segmentos da economia buscam potencializar – em momentos de baixo nível de atividade interna.

O que as tesourarias ou diretorias financeiras das montadoras questionam no momento é se vale a pena manter o esforço exportador em uma conjuntura cuja tendência de aquecimento da economia interna começa a se fortalecer.

Em exportações, o conjunto das montadoras nacionais já gerou em moeda forte a soma de US$ 13,2 bilhões em vendas até outubro, um número 51,6% superior ao registrado no ano passado.

Esse desempenho é digno de louvor e de excelência do setor, porém, a magnitude de expansão mostra que a base exportadora anterior era baixa, o que corrobora o fato de que só há esforço exportador quando há crise de demanda na economia interna.

Vale a pena aos executivos financeiros da indústria automotiva um olhar sobre esse aspecto. O ciclo virtuoso que se fundamenta internamente não deveria apagar a chama do esforço exportador. Na política do ganha-ganha, dá para lucrar nas duas pontas: aqui e lá fora.

Confira abaixo a compilação dos principais dados do segmento de automóveis e comerciais leves divulgados pela Anfavea nesta quarta-feira, 08:

Produção e vendas – Janeiro a outubro de 2017 x Janeiro a outubro de 2016

Veículos leves

Produção acumulada em 2017 Variação (%) sobre 2016 Vendas acumuladas em 2017

Variação sobre 2016

Automóveis

1.879.793

31,4 1.380.528

15,1

Comerciais Leves

272.129

12,3 197.130

3,4

Total

2.151.922

28,6 1.577.658

13,5

Fonte: Anfavea

Produção e vendas – Outubro 2017 x Outubro 2016

Veículos leves

Produção em outubro de 2017 Variação (%) sobre 2016 Vendas em outubro de 2017

Variação (%)  sobre outubro de 2016

Automóveis

208.903

39,2 153.343

29,2

Comerciais Leves

31.260

61,7 22.799

29,2

Total

240.163 41,8 176.142

29,2

Fonte: Anfavea

Exportação de veículos leves – em mil unidades

Veículos leves

Exportação em 2017 Variação (%) sobre 2016 Exportação em Outubro 2017

 

Variação (%)  sobre Outubro 2016

Automóveis

505.233

61,6 47.404

68,4

Comerciais Leves

91.078

44,7 10.871

78,8

Total

596.311

58,7 58.275

70,3

Fonte: Anfavea

Exportação geral do setor – em US$ milhões

Veículos leves

Exportação em 2017

 

Variação (%) sobre 2016 Exportação em Outubro 2017

Variação (%) sobre Outubro 2016

Autoveículos

10.686.408

49,8 1.130.493

39,8

Máquinas agrícolas

2.433.038

60,0 329.937

125,4

Total

13.119.445

51,6 1.460.430

52,9

Fonte: Anfavea

 

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