Setor automotivo deixa a crise para trás e vive ciclo virtuoso de crescimento

Produção sobe 42,2%; exportações 52,9%; vendas 29,7% e emprego 0,3%.

 

O balanço de outubro relativo à produção, vendas, exportação e geração de empregos do setor automotivo brasileiro, divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quarta-feira, 08, refletem o que os economistas chamam de ciclo virtuoso de expansão.

No caso do setor automotivo – compreendendo ainda os segmentos de máquinas, implementos e duas rodas (que ainda apresentam resultados integralmente positivos) – não se pode carimbar esse ciclo de 100% de virtuosidade, mas a espinha dorsal do setor, alicerçada sobre veículos leves, comerciais leves, caminhões e ônibus, sim.

Atendo-se a esses setores mais virtuosos, a leitura dos números é que, se depender da indústria automotiva, a crise ficou para trás. E quais são esses números?

Em síntese, o resumo da Carta da Anfavea de outubro apresenta as seguintes performances:

  • Produção: expansão de 42,2% na produção total de veículos entre outubro de 2017 sobre outubro de 2016, sendo alta de 28,5% no acumulado de janeiro a outubro sobre a mesma base de comparação do ano passado;
  • Comércio Exterior: expansão de 52,9% das exportações entre outubro de 2017 sobre outubro de 2016, sendo alta de 51,6% no acumulado janeiro a outubro deste ano sobre igual período do ano passado;
  • Vendas: expansão de 29,7% nos licenciamentos de veículos novos nacionais, sobre outubro de 2016 e de 12,9% sobre o acumulado de janeiro a outubro do ano passado;
  • Emprego: expansão de 0,3% no nível de emprego sobre outubro de 2016 e de 2,5% na base janeiro/outubro deste ano sobre igual período do ano passado.

Além da Carta da Anfavea e fazendo uma correlação com o balanço de vendas divulgado na semana passada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) outros indicadores relevantes consolidam o momento de ‘virada’ da crise, por assim dizer.

Um deles diz respeito aos implementos rodoviários, cujas vendas apontadas pela Fenabrave cresceram 0,78% na relação de janeiro a outubro deste ano contra igual período do ano passado. Em números, foram vendidos 20.539 implementos rodoviários no período, ante 20.380 no acumulado até outubro do ano passado

Em outubro deste ano, os implementos apresentaram expansão de vendas de 62,69% e ante setembro deste ano: 29,57%.

Em duas rodas, a Fenabrave aponta recuo de 15,76% no acumulado de janeiro a outubro de 2017 sobre a mesma base de 2016, para 708.462 motocicletas. Mas na relação outubro17 x outubro/16, essas vendas cresceram 5,37%, sendo alta de 3,01% sobre setembro deste ano.

Ou seja, o ciclo virtuoso de expansão do setor é um dado dos mais relevantes pelo peso de quase 30% de participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB) na economia brasileira, e se esse setor vai bem, os outros vão atrás.

A dinâmica de desempenho relativa a esses números e setores/segmentos tem por trás um conjunto de outros indicadores que vem sendo construídos pela equipe econômica, e podem ser traduzidos no total controle da inflação, em um câmbio ajustado (e muito bom), e de taxas de juros cadentes, podendo cair para 6,5% ao ano até dezembro próximo.

Outro aspecto é o aumento do nível de confiança do consumidor, que vem sendo acompanhado pelas instituições financeiras, cada dia mais flexíveis na avaliação de crédito direcionado à aquisição de veículos.

A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), entidade que congrega 16 bancos de montadoras, divulgou ontem, liberações 20,8% maiores em créditos direcionados para a compra de veículos entre janeiro e setembro deste ano, uma montanha de R$ 72 bilhões para uma carteira de R$ 164,4 bilhões, equivalentes a 2,5% do PIB, apenas para aquisição de veículos.

Um fator que ainda serve como elemento imponderável é a capacidade do tomador de crédito versus a velocidade de geração de empregos e renda que permita suportar/alimentar o ciclo virtuoso de expansão dos produtos e serviços automotivos prementes neste momento.

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