Artigo: Fiscalização por velocidade média – problema ou solução

Tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), que altera o Código Brasileiro de Trânsito para permitir a fiscalização por média de velocidade. Em outras palavras, isso significa uma fiscalização mais ferrenha, que bate de frente com o péssimo hábito do brasileiro de desacelerar somente ao passar por um radar.

*Paulo Vaz

Tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), que altera o Código Brasileiro de Trânsito para permitir a fiscalização por média de velocidade. Em outras palavras, isso significa uma fiscalização mais ferrenha, que bate de frente com o péssimo hábito do brasileiro de desacelerar somente ao passar por um radar, acelerando novamente em seguida.

Uma pesquisa realizada por técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em 2011 confirma que se fosse permitido multar por velocidade média, e a Prefeitura de São Paulo tivesse radares com essa tecnologia, por exemplo, as autuações na Avenida 23 de Maio, um dos principais corredores de tráfego da capital, seriam 700% maiores.

Já o relator do projeto, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), é contra a medida. Suas justificativas estão nas possíveis cobranças exageradas de multas de trânsito e as possibilidades de falhas do sistema ou brechas que possibilitem a corrupção dos agentes envolvidos.

Claro que a eficácia destes equipamentos deve ser amplamente estudada para que haja viabilidade de implantação, evitando maiores erros. Por isso, como em todo processo de mudança, é necessário um período de adaptação.

Em relação ao receio de problemas na tecnologia, o Reino Unido (pioneiro neste tipo de controle) e alguns países da União Europeia, comprovam a eficácia da fiscalização da velocidade média. Eles confiam em tecnologias modernas como a OCR (reconhecimento óptico de caracteres), amplamente usadas em câmeras para o controle e gestão do tráfego de qualidade, item este que só aumenta a segurança no tráfego do país.

O sistema permite a leitura das placas em todas as entradas e saídas de uma cidade, em semáforos e pedágios, integrando a aplicação com o centro de controles de órgãos regulamentadores e departamentos policiais. Além disso, a qualidade das câmeras é de fundamental importância para a eficiência do sistema OCR. Já existe no mercado uma série de equipamentos, alguns deles capazes de reconhecerem não só os carros em média velocidade, mas aqueles que estejam até 200 km/h. 

Neste sentido, é preciso estar seguro em relação a esses equipamentos. Afinal, se seguirmos as leis de trânsito, nunca haverá uma cobrança exagerada de multas. Já a corrupção, infelizmente, esta é uma questão bem difícil e que nem mesmo a melhor tecnologia de ponta consegue resolver.

*Paulo Vaz é Diretor de Operações da HTS no Brasil

 

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