Copom corta taxa básica de juros: Selic passa para 13,75%

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, 30, pelo corte de mais 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que passa para 13,75%.

É o segundo corte de juros consecutivo, sendo que a decisão foi por unanimidade e sem viés.

Em seu comunicado ao mercado, o Copom destaca que o conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião sugere atividade econômica aquém do esperado no curto prazo, o que induziu reduções das projeções para o PIB em 2016 e 2017.

“A evidência disponível sinaliza que a retomada da atividade econômica pode ser mais demorada e gradual que a antecipada previamente”, ressalta a nota.

Veja principais pontos do comunicado:

Cenário externo

  • Apresenta-se especialmente incerto;
  • O aumento da volatilidade dos preços de ativos indica o possível fim do interregno benigno para economias emergentes.
  • Há elevada probabilidade de retomada do processo de normalização das condições monetárias nos EUA no curto prazo e incertezas quanto ao rumo de sua política econômica;

 

Inflação

  • A inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência de quedas de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida;
  • As expectativas apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 4,9% para 2017, e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e horizontes mais distantes;
  • As projeções para a inflação de 2016, nos cenários de referência e mercado, recuaram e encontram-se em torno de 6,6%.
  • As projeções para 2017, nos cenários de referência e mercado, situam-se em torno de 4,4% e 4,7%, respectivamente.
  • Para 2018, as projeções encontram-se em torno de 3,6% e 4,6%, nos cenários de referência e mercado, respectivamente; e

 

Reforma fiscal

  • Os passos no processo de aprovação das reformas fiscais têm sido positivos até o momento.

 

Riscos para a inflação

  • Possível fim do interregno benigno para economias emergentes pode dificultar o processo de desinflação;
  • Os sinais de pausa no processo de desinflação de alguns componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária persistem, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta;
  • O processo de aprovação e implementação das reformas e ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas;
  • A atividade econômica mais fraca e o elevado nível de ociosidade na economia podem produzir desinflação mais rápida que a refletida nas projeções do Copom;
  • A inflação tem se mostrado mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário;
  • O processo de aprovação e implementação das reformas e ajustes necessários na economia pode ocorrer de forma mais célere que o antecipado.

 

"Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros para 13,75% a.a., sem viés".

"O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e 2018, é compatível com um processo gradual de flexibilização monetária".

"A magnitude da flexibilização monetária e a intensificação do seu ritmo dependerão das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco mencionados acima".

"Nesse sentido, o Copom destaca que o ritmo de desinflação nas suas projeções pode se intensificar caso a recuperação da atividade econômica seja mais demorada e gradual que a antecipada".

"Essa intensificação do processo de desinflação depende de ambiente externo adequado".

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê:

  • Ilan Goldfajn (Presidente),
  • Anthero de Moraes Meirelles,
  • Carlos Viana de Carvalho,
  • Isaac Sidney Menezes Ferreira,
  • Luiz Edson Feltrim,
  • Otávio Ribeiro Damaso,
  • Reinaldo Le Grazie,
  • Sidnei Corrêa Marques
  • Tiago Couto Berriel.

 

Leia mais sobre o assunto em:

Selic: Projeções apontam para ciclo contínuo de quedas em 2017

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