Exportação de pneus de carga abre 2012 em alta de 35,1%

Os fabricantes de pneus de carga, usados para aplicação em caminhões e ônibus, abriram 2012 com o pé direito em relação às exportações. As vendas externas de pneus brasileiros registraram alta de 35,1% em janeiro deste ano quando comparadas ao mesmo período do ano passado.

 Balança comercial de janeiro – Para Pneus de Carga (NCM 40112090)
 Período Exportação*  Importação*  Saldo*  Exportação** Importação** Saldo**
Jan/12  49,9  38,9  10,0  177.376  206.261  -28.885
 Jan/11  36,2 38,6 -2,4  182.269  256.006  -73.737
 Jan/10 34,7   19,4 15,3  207.848  157.019  50.829
 Jan/09  27,5   28,4 -0,9  163.115  141.000  22.115
 Jan/08 59,3  17,1 42,2  331.111  132.948  198.163
Fonte: MDIC * em milhões de dólares Fob / ** em unidades de pneus

Os fabricantes de pneus de carga, usados para aplicação em caminhões e ônibus, abriram 2012 com o pé direito em relação às exportações. As vendas externas de pneus brasileiros registraram alta de 35,1% em janeiro deste ano quando comparadas ao mesmo período do ano passado.

Pode-se dizer que foi o melhor janeiro desde 2009 e representa um sinal de recuperação constante e crescente desde o advento da crise econômica que dominou o cenário global em 2008 com os reflexos mais fortes chegando ao Brasil em 2009. (veja tabela acima).

Outro dado que reforça a excelente performance das vendas externas de pneus de carga, neste início de ano, é que no mesmo período as importações para o segmento tiverem crescimento de apenas 0,78% em relação ao mês de janeiro de 2011.

Ao todo, o Brasil exportou a soma de US$ 48,9 milhões em pneus de carga em janeiro último, o que equivale a 177.376 unidades embarcadas, ante US$ 36,2 milhões em vendas registradas em janeiro de 2011, para 182.269 pneus vendidos no mercado externo.

O esforço exportador empreendido pelos fabricantes nacionais superou em US$ 10 milhões o montante de importação de pneus no mês passado. Deram entrada no mercado brasileiro 206.261 pneus de carga importados (49.750 unidades a menos que em janeiro de 2011), para operações totais de US$ 38,9 milhões.

Na ponta do lápis, o retorno financeiro das exportações foi maior que o volume de pneus embarcados vis à vis as importações. Na ponta financeira, o superávit foi de US$ 10 milhões, mas na ponta de produtos unitários, o saldo foi deficitário: o número de pneus importados foi 28.885 superior ao montante de unidades exportadas.

Como se explica o superávit financeiro de US$ 10 milhões, então? Isso representa que o valor agregado do produto nacional foi maior. Exportamos menos quantidade de pneus, mas a um preço agregado superior ao importado, um fato extremamente positivo que denota, entre outras coisas, a qualidade do pneu produzido no Brasil.

Já num quadro mais abrangente, que tem a Europa passando o pires e os Estados Unidos dando sinais ainda muito incipientes de melhoria, qualquer ganho na guerra da exportação é válido.

Reversão de prejuízo 

Outro aspecto positivo no desempenho das vendas externas de pneus de carga brasileiros se deve à reversão de um resultado que havia sido negativo no mesmo período do ano passado.

Em janeiro de 2011, as importações (US$ 38,6 milhões) superaram as exportações (US$ 36,2 milhões), gerando um resultado negativo de US$ 2,4 milhões.

O desempenho das vendas de pneus de carga ganha maior peso quando se observa que as fábricas de pneus nacionais não tiveram ajuda das montadoras nacionais de caminhões – no âmbito das exportações.

Balanço das vendas externas de caminhões e ônibus apurado pela Anfavea mostra que as vendas de caminhões lá fora caíram 12,9% no geral, sendo quedas de 31,6% para caminhões leves, 26,3% para os médios e  22,7% para os semi pesados. As exportações só foram positivas para os semi leves (+22%) e pesados (+8,3%).

No caso de ônibus, o recuo foi de 3,2% nas vendas externas, sendo recuo de 11,6% nos urbanos, mas aumento de 30% nos rodoviários.

Você pode dizer: mas o que o pneu exportado pelo Brasil tem a ver com o caminhão e ônibus exportado pelo Brasil? Os pneus de caminhões e ônibus saem do mercado brasileiro abastecidos pelos pneus da indústria brasileira ‘de pneus’. Portanto, são vasos comunicantes.

Se as fábricas exportam, embutidos nos veículos também vão os pneus nacionais. É evidente que essa é apenas uma parte das exportações ‘de pneus’, pois os fabricantes nacionais também abastecem ‘pneus’ no atacado e varejo nos mercados externos.

Outro dado relevante nesse contexto é que os fabricantes nacionais de pneus também ganham com as vendas internas dos veículos de carga e transporte de passageiros. E aqui, a Anfavea aponta que as vendas de caminhões cresceram em janeiro deste ano ante janeiro do ano passado: foram licenciados 13.017 unidades ante 12.247, respectivamente, refletindo alta de 6,3%.

Ou seja, a indústria brasileira de pneus ganhou nas duas pontas: ao abastecer de pneus um segmento crescente no mercado interno e numa explosão de 35,1% em suas vendas ao exterior.

Se projetarmos o desempenho das exportações de janeiro, de US$ 48,9 milhões por 12 meses, as vendas podem fechar 2012 na casa dos US$ 586,8 milhões, superior aos US$ 535 milhões em exportações totais de 2011, neste segmento.

Mercados compradores

Entre os cinco maiores compradores de pneus de carga brasileiros neste início de ano, estão: Argentina – que gastou US$ 18,9 milhões na aquisição de 64.880 pneus brasileiros -, a Venezuela (US$ 6,7 milhões, para 20.186 unidades), a Colômbia (US$ 6,4 milhões, para 20.614 unidades), o México (US$ 4,3 milhões, para 15.388 unidades) e o Peru (US$ 2,1 milhões, para 5.877 unidades).

Os principais pontos de escoamento dos pneus exportados foram: Porto de Santos (US$ 25,2 milhões, para 91.354 unidades); Rodovia Uruguaiana, no Rio Grande do Sul (US$ 6,1 milhões, para 25.451 pneus); Porto, no Rio de Janeiro (US$ 5,6 milhões, para 14.079 pneus); Porto de Salvador (US$ 5 milhões, para 17.560 pneus) e Rodovia Foz do Iguaçu (US$ 1,8 milhão, para 9.383 unidades). 

Mercados vendedores

A China continua sendo o Tendão de Aquiles da indústria brasileira de pneus. Em janeiro, foram US$ 7,6 milhões, para 70.354 unidades importadas, sendo mais da metade desse valor (US$ 3,9 milhões) entrando através dos portos de Itajaí, em Santa Catarina (US$ 3 milhões) e, Suape, em Pernambuco (US$ 884,5 mil), regiões que integram a chamada Guerra dos Portos e garantem isenções e benefícios fiscais, tributários e alfandegários que variam entre 8% e 10% em favor dos importadores.

Os pneus japoneses vêm em seguida (US$ 6,5 milhões, para 21.677 unidades), seguidos pela importação de pneus da Coréia do Sul (US$ 5,2 milhões, para 19.485 unidades); Argentina (US$ 2,7 milhões, para 14.465 unidades) e, Taiwan (US$ 2,4 milhões, para 11.481 pneus).

Destaques