Exportação de pneus para caminhões e ônibus tem melhor desempenho desde 2009
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que a indústria nacional obteve em agosto o maior superávit nas operações envolvendo a exportação de pneus para caminhões e ônibus (NCM 40112090) desde 2010.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que a indústria nacional obteve em agosto o maior superávit nas operações envolvendo a exportação de pneus para caminhões e ônibus (NCM 40112090) desde 2010.
As vendas totais de pneus para caminhões e ônibus somou US$ 50,6 milhões (6,98% menores que as registradas em agosto do ano passado) ante importações de US$ 36,7 milhões (queda de 44,49% sobre agosto de 2011).
O saldo líquido para as empresas nacionais foi de US$ 13,9 milhões e inverteu um déficit de US$ 11,7 milhões em igual período de 2011. No mesmo período de 2010, a conta de agosto foi negativa em outros US$ 9,9 milhões.
No acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas de pneus de caminhões e ônibus foi a maior desde 2009.
A indústria nacional colocou no mercado externo a soma de US$ 375,6 milhões em pneus para o segmento, 4,59% a mais que no acumulado de janeiro a agosto do ano passado e a terceira melhor marca na série histórica dos últimos 10 anos.
Até então, os maiores volumes exportados nesse segmento de pneus haviam ocorrido em 2008, com US$ 422,5 milhões, sendo a segunda melhor marca da indústria nacional a de 2007, com vendas externas de US$ 382,5 milhões.
Se pelo lado das exportações a indústria nacional obteve o terceiro melhor resultado em vendas nos últimos 10 anos de outro os importadores amargaram um recuo substancial de 38,04% nas vendas ao mercado interno.
Em oito meses de 2012 as importações somaram US$ 307,8 milhões, ou US$ 189 milhões menos que no mesmo período do ano passado, quando bateram recorde histórico, de US$ 496,8 milhões, um recuo de 38,04%.
Exportações menos importações, no acumulado do ano o saldo positivo para a indústria nacional foi de US$ 67,8 milhões, ou o melhor resultado para o período desde 2010.
Além de inverter um resultado negativo de US$ 37,6 milhões no mesmo período do ano passado, o segmento triplicou o saldo positivo de US$ 22,8 milhões apurado entre janeiro e agosto de 2010, mas ainda bem distante dos US$ 240,5 milhões registrados em 2007.
Fatores que ajudam e entender a dinâmica dos números podem ser expressos pelos seguintes fatos.
O primeiro é a brutal queda na produção e na venda de caminhões e ônibus no mercado interno. A entrada da nova tecnologia Proconve 7 – equivalente ao Euro 5 – no Brasil, a partir de janeiro deste ano criou uma terra arrasada entre os frotistas nacionais.
A nova tecnologia embarcada nos veículos, somada aos dispêndios do diesel S-50 e do agregado Arla 32, elevou o preço dos veículos em até 30%, o que simplesmente afugentou a demanda e de quebra solapou o fornecimento de equipamentos originais e de reposição de pneus.
A consequência a esse fato é que a indústria de pneus do segmento de caminhões e ônibus teve de correr atrás e foi para as exportações, em que pese o cenário hostil de crise na Zona do Euro, mas de franca expansão na América do Norte.
O segundo fator é a postura da equipe econômica do governo Dilma, com a aplicação de uma série de medidas anticíclicas visando o aquecimento da economia interna.
Entre essas medidas, destaques para o recuo continuado das taxas de juros, para a recomposição de preços do real em relação ao dólar – de janeiro a agosto houve uma desvalorização de 8,60% do real em relação à moeda norte-americana, fato amplamente positivo para quem exporta, mas que representa custo para quem importa.
Outras medidas de ordem governamental foram a Operação Maré Vermelha, que ainda em pleno exercício está impondo fortes restrições a produtos importados – fontes do mercado importador destacam recuo de até 35% no ingresso de pneus, por força do crivo da Receita Federal -, sem contar as ações empreendidas pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), seja através da adoção de processos de dumping contra pneus de bikes, motocicletas, automóveis e caminhões e ônibus, além da decisão do governo federal de elevar a alíquota de importação de 100 itens importados, entre eles pneus, de 16% para 25% – medida que entra em vigor até o final de setembro.
Outra medida que ainda não afetou os importadores, mas que afetará é o fim da guerra dos portos, que acaba com o benefício do ICMS para produtos importados.
Diante desse corolário de ações corporativas e do governo brasileiro, o caminho para os importadores ficou demasiadamente estreito e tende a se estreitar ainda mais, posto que o raio de ação é pequeno e só devem sobrar no segmento as empresas que realmente operam com as regras de mercado embaixo do braço – e mesmo assim, com margens de lucros bem estreitas, o que pode ser entendido como a separação do joio e do trigo.
Exportação e importação de pneus para caminhões | |||
Acumulado | Exportação | Importação | Saldo |
2012 | 375.585.156 | 307.756.338 | 67.828.818 |
2011 | 359.127.725 | 496.759.640 | -37.631.915 |
2010 | 287.701.709 | 264.943.528 | 22.758.181 |
2009 | 254.964.513 | 146.706.412 | 108.258.101 |
2008 | 422.495.387 | 252.185.534 | 170.309.853 |
2007 | 382.467.120 | 141.926.018 | 240.541.102 |
2006 | 292.573.679 | 102.722.606 | 189.851.073 |
2005 | 222.510.758 | 115.810.357 | 106.700.401 |
2004 | 204.179.967 | 50.087.372 | 154.092.595 |
2003 | 175.844.310 | 30.291.410 | 145.552.900 |
2002 | 133.219.402 | 45.866.102 | 87.353.300 |
Fonte:Mdic – valores em US$ milhões |