Michelin: “Temos muito espaço para crescer”, diz Maria Luiza de Carvalho

Durante a apresentação dos novos pneus de altíssima performance apresentados pela Michelin do Brasil, nesta quinta-feira, 14 de junho, no Autódromo de Interlagos, a diretora de Marketing e Vendas da divisão de pneus para motocicletas da Michelin, Maria Luiza de Carvalho falou com exclusividade.

Durante a apresentação dos novos pneus de altíssima performance apresentados pela Michelin do Brasil, nesta quinta-feira, 14 de junho, no Autódromo de Interlagos, a diretora de Marketing e Vendas da divisão de pneus para motocicletas da Michelin, Maria Luiza de Carvalho falou com exclusividade.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista: 

Fernando Bortolin – Você poderia falar um pouco a respeito da divisão de pneus para motocicletas da Michelin Brasil, planos, metas, objetivos? 

Maria Luiza de Carvalho – Em um contexto global, a Michelin tem forte tradição no segmento de pneus para motocicletas. Em termos de Brasil, a divisão tomou maior impulso a partir de 2002/2003 e desde então vem obtendo ótimos resultados a cada ano. Esse crescimento tem a ver com o brutal aumento da frota de motocicletas no Brasil, que mais que triplicou nesses últimos 10 anos, e nossa participação tem sido crescente desde então. 

Fernando Bortolin – A Michelin tem fábrica própria de pneus para motocicletas no Brasil? 

MLC – Parte vem através de importações e parte é feita através de parceiro. Temos uma equipe de vendas totalmente dedicada a gama de produtos que está dividida em cinco segmentos: linha Sport, Street (Custom, Touring e Média), Street (para motos de 90 a 200 cc), Scooter, Trail e Off-Road. Temos pneus que atendem às necessidades de consumidores que tem uma CG 125 a uma BMW. 

Fernando Bortolin – Dentro dessa gama de produtos, há pneus diagonais e radiais? 

MLC – Nossa força reside nos pneus radiais. A Michelin é conhecida e reconhecida por isso em todos os mercados em que atua, mas também temos pneus diagonais no segmento de motos. 

Fernando Bortolin – Hoje vocês estão apresentando o primeiro pneu de altíssimo desempenho trazido por uma fábrica no Brasil, os pneus Slick. O consumidor de um pneu de CG 125, por exemplo, entende que a tecnologia aplicada a um pneu de altíssimo desempenho, obtida através de provas e testes em pistas de competição ao redor do mundo, também está no pneu que ele compra, um pneu mais simples, digamos assim? 

MLC – Eu diria que a Michelin precisa fazer um trabalho mais forte nesse sentido. Todos os pneus da marca vendidos no Brasil têm a incorporação dessas inovações e tecnologias obtidas pela empresa em pistas de competição dentro e fora do Brasil, mas é algo que precisamos deixar mais clara na cabeça do consumidor brasileiro. Nem todo usuário teve a chance de experimentar um pneu Michelin, o que abre um campo muito grande de trabalho e ainda muita coisa a se fazer nesse sentido. 

Fernando Bortolin – O lançamento de pneus de altíssima performance representa um esforço nesse sentido, ou seja, de mostrar a marca, a tecnologia. É muito comum empresas como a Michelin verem no patrocínio de esportes uma janela importante para a fixação da marca e aumento de vendas. 

MLC – Sem dúvida que esse lançamento marca um esforço da Michelin em apresentar sua capacidade tecnológica, sua imagem, seus produtos. Esse é um dos objetivos. Tradicionalmente a Michelin patrocina competições de motovelocidade e demais categorias ao redor do mundo e a Moto 1000 GP é apenas uma dessas oportunidades que a empresa vislumbrou. Outras virão.

Há um trabalho muito grande a ser feito para que o consumidor brasileiro tenha um maior conhecimento acerca dos produtos da Michelin nesse segmento. Ainda não temos a notoriedade de outras marcas nesse setor, por isso estamos entrando nessa linha de patrocínios, contamos com uma equipe de vendas dedicada, uma rede ampla de distribuidores e revendedores. 

Fernando Bortolin – Nesse sentido, qual o peso da divisão pneus de motocicleta dentro do negócio Michelin Brasil? 

MLC – Eu te diria que em termos de market share tínhamos 1% quando iniciamos as operações nesse segmento e hoje temos 5%, mas com perspectivas de crescimento altíssimas. Eu diria que ainda somos atores menores nesse segmento, mas já fomos bem menores, hoje temos 5%, antes tínhamos 1%. 

Em termos de América do Sul, esse segmento tem um peso entre 11% e 12% do total do grupo, sendo as maiores concentrações de mercado para pneus de moto na Europa e Estados Unidos. 

Mas a Michelin está investindo muito em novas fábricas, na ampliação da capacidade de produção de unidades fabris e com um olhar muito positivo para mercados como a América do Sul e Ásia. 

Se a gente olhar o business da Michelin na América do Sul vamos ver um espaço muito grande para crescer. 

Fernando Bortolin – Em relação à capacidade de produção. Quantos pneus a Michelin produz no segmento de motos? 

MLC – Posso te dizer que em termos globais, de Grupo Michelin, temos capacidade para atender à demanda global desse segmento. Como disse, no Brasil temos uma empresa parceira que produz uma ampla gama dos pneus que são comercializados nesse segmento, e também contamos com a capacidade e o apoio de unidades externas da Michelin para nos suprir.

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