Ônibus: vendas ao exterior são as melhores desde 2011

O segmento gerou receitas de US$ 3,653 bilhões nos primeiros três meses de 2017, ou 1,75% acima do mesmo período do ano passado.

Assim como no segmento de caminhões, as exportações de ônibus são hoje um dos indicadores mais otimistas dentre produção e vendas no mercado interno.

Dados estatísticos elaborados pela Anfavea mostram que o segmento gerou receitas em moeda forte de US$ 3,653 bilhões nos primeiros três meses de 2017, ou 1,75% acima do mesmo período do ano passado – o melhor resultado desde 2011, de US$ 3,611 bilhões.

Até aqui o resultado do segmento ônibus é excelente, uma vez que os balanços do trimestre medidos em produção e vendas são os piores dentro da série dos últimos 10 anos medida pela Transportepress.com.

Entre janeiro, fevereiro e março deste ano a produção nacional de ônibus somou 6.130 unidades, um resultado que não é apenas o pior dentro da série dos últimos 10 anos como reflete recuos de 3,54% sobre o 1º trimestre de 2016 e de 51,1% comparado a 2011, o pico do segmento com 12.531 unidades produzidas. Ou seja: hoje o Brasil produz metade do que produzia em 2011.

Em relação aos licenciamentos, também o pior dado em 10 anos: 3.806 unidades vendidas, 19,6% menos que no primeiro trimestre do ano passado e quase a metade do que se produziu no primeiro trimestre de 2015 (queda de 47,3%).

Síntese

Ao olhar os indicadores de produção, vendas e exportação de ônibus e caminhões, a sensação nítida – ao se comparar com a variação do Produto Interno Bruto (PIB) – é que o grande ajuste por parte das montadoras já foi feito em 2016.

Agora, em 2017, o que se tem é o exercício de um quadro operacional encaixado dentro das condições normais de temperatura e pressão do mercado. Já estão ‘precificados impeachment, Lava Jato, Operação Carne Fraca e todas as mazelas políticas que determinam o ritmo e o rumo dos condicionantes financeiros e econômicos.

Há uma correlação clara dos negócios realizados e efetivados no primeiro trimestre do ano passado com o mesmo período deste ano e qualquer alteração se dará pelo ritmo de recuperação da economia.

Em relação a esse ponto, o recuo continuado da taxa de juros básica, a Selic – que levará meses para surtir efeito, da inflação que exprime a total falta de demanda por consumo e da taxa de câmbio (que vem sendo mantida acima do patamar de R$ 3,00), é de se esperar por uma economia que comece a dar sinais de retomada a partir do terceiro e quarto trimestres do ano.

Por enquanto o jogo é mesmo exportar e quanto mais, melhor. A gestão do estoque está nesse ponto, e, consequentemente do ritmo da linha de produção.

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