Vendas de caminhões caem mais na América Latina do que na Europa

O balanço das operações globais de vendas da Volvo Caminhões em fevereiro deste ano permite, em um primeiro olhar, ter uma noção precisa de como estão se comportando os principais mercados internacionais para os veículos semipesados e pesados que a empresa comercializa ao redor do mundo.

Volvo9O balanço das operações globais de vendas da Volvo Caminhões em fevereiro deste ano permite, em um primeiro olhar, ter uma noção precisa de como estão se comportando os principais mercados internacionais para os veículos semipesados e pesados que a empresa comercializa ao redor do mundo.

Queda de 20% nas vendas de caminhões na Europa ante fevereiro de 2011, queda de 22% nas vendas de pesados na Europa Ocidental, queda de 14% nas vendas para a Europa Oriental. Todos os dados se referem a mesma base de comparação: fevereiro de 2012 contra fevereiro de 2011.

Mas o fato mais surpreendente dos dados apresentados pela Volvo foi a verdadeira erosão observada nas vendas de caminhões na América Latina, na mesma base comparativa: recuo de 21%.

Ai cabe uma pergunta: quem está em crise, a Europa ou a América Latina?

Volvo7Notadamente, essa erosão se deve entre outros fatores à comercialização de veículos de carga no Brasil. A Volvo não menciona o Brasil em nenhum momento, mas é muito fácil descobrir.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas internas de veículos pesados caíram 16% em fevereiro na comparação com janeiro e registraram recuo de 14,2% entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2011.

A produção interna de caminhões foi tétrica: queda em todas as bases de dados de todos os segmentos medidos pela Anfavea. Na média geral, caiu 28,8% (fevereiro/12 x fevereiro/11). A produção acumulada de janeiro e fevereiro deste ano cedeu 50,3% ante o mesmo período do ano passado, um caos.

Fevereiro contra fevereiro, a produção de caminhões semileves caiu 90,4%; a de leves 46%; a de médios 54%; a de semipesados 11,3% e a de pesados – 20,7%. O caos só não foi maior porque a indústria aumentou as exportações de caminhões em 14,8% em fevereiro (+21,5% nas vendas externas de semipesados e +19,8% em pesados).

Volvo 

Volvo8A Volvo foi a única fabricante de caminhões que fechou fevereiro com vendas positivas dentre todas as demais fabricantes do país (Mercedes-Benz, Scania, Man, Iveco International e Ford) no segmento de semipesados: alta de 22,2% nas vendas ante o mesmo mês do ano passado, embora a comercialização de pesados da marca tenha cedido 24,6% na mesma base de comparação. 

Segundo a Anfavea, a Volvo encerrou o mês com recuo médio de 12,5% nas vendas realizadas em fevereiro. 

Portanto, o Brasil pode ser um dos grandes responsáveis pelo recuo de vendas da Volvo na América Latina, mas não é o único, uma vez que média Brasil (-12,5%) foi bem inferior à média latino americana (-21%).

Apesar dos pesares, é sabido que a mudança de eixo da indústria, provocada pelos novos motores alinhados ao Proconve 7 (Euro 5), mais diesel S-50, mais Arla, estão pesando e, muito na vida dos transportadores e frotistas brasileiros. 

Férias coletivas 

A partir da próxima semana a Mercedes-Benz concede férias coletivas de sete dias para os trabalhadores de sua fábrica de São Bernardo. A folga começa dia 02 e termina dia 11. A Scania negocia parada de 10 dias, sendo quatro dias agora em abril e o restante em maio.

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