A precificação de carbono é a gestão de riscos socioambientais dos bancos

Estudo mostra como empresas brasileiras estão se preparando para incorporar os impactos das mudanças climáticas em suas tomadas de decisão

Qual o real impacto gerado pela emissão de gases do efeito estufa na atmosfera a partir das atividades executadas por sua empresa e seu produto? É possível saber qual é o impacto e como precificar isso?

Levantamento realizado pela Carbon Disclosure Project (CDP), a pedido da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), com 71 empresas mostra que 79% delas já incorporam de alguma maneira os riscos e oportunidades das mudanças climáticas em suas estratégias de negócio.

Outro dado relevante da pesquisa é que apenas 17% adotam um preço interno de carbono para direcionar investimentos, mitigar riscos, priorizar projetos menos carbono-intensivos, entre outros objetivos.

Em nota, o diretor de Relações Institucionais da FEBRABAN, Mário Sérgio Vasconcelos, destaca que o estudo foi feito para deixar os bancos atentos aos potenciais impactos que as mudanças climáticas podem trazer nos resultados financeiros das empresas e, por consequência, em suas carteiras de crédito e portfólios de investimentos.

“Para os bancos conseguirem incorporar em suas análises de crédito e investimento a gestão dos riscos e oportunidades relacionada à mudança do clima, eles precisam questionar as empresas a respeito do que elas estão fazendo, quão resilientes são suas estratégias considerando diferentes cenários climáticos, quais seus projetos de redução de emissão de gases do efeito estufa, entre outras perguntas”, afirma.

O que é

A precificação de carbono significa atribuir um custo aos impactos gerados pelas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera a partir de atividades realizadas pelo homem.

A precificação pode ser feita via mercado de carbono, via tributação das emissões, ou por um modelo que una as duas propostas.

No Brasil, a prática ainda não é obrigatória, mas tratados internacionais, como o Acordo de Paris, representam a iminência de tal precificação nos próximos anos – e empresas e bancos precisam se preparar, o quanto antes, para os impactos das novas regulações.

Independentemente da existência de um sistema regulatório que defina um preço sobre o carbono, a prática da precificação interna pode ser utilizada para as empresas se anteciparem a cenários regulatórios e para auxiliá-las na definição de estratégias de negócios mais resilientes às mudanças climáticas.

Uma das recomendações da FEBRABAN é usar ferramentas que simulem o impacto de uma eventual precificação de carbono nos resultados de empresas – como o https://invesciente.com.br / ou outras a serem desenvolvidas – as quais ajudarão as instituições financeiras a analisar seus portfólios de investimentos e financiamento frente aos riscos associados às mudanças climáticas.

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