Defesa comercial derruba importação de pneus ao Brasil

Japão e Coreia do Sul, seguem de perto as estatísticas chinesas, com o pior resultado de vendas desde 2011. As compras de pneus oriundos do Japão caíram 52,4% no ano passado e as da Coreia do Sul 32,7%.

Não é só o baixo nível de atividade econômica que explica a mais baixa performance das importações de pneus ao Brasil em 2016, mas também a adoção da prática de defesa comercial amparada em sobretaxas por dumping solicitadas pela indústria nacional contra uma seleção de países em segmentos como os de pneus de passeio e carga.

As importações de pneus fecharam 2016 no menor patamar desde 2007 – medido pelo quadro estatístico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) -, ao somar US$ 589,1 milhões, montante 29,02% menor que 2015 (US$ 829,9 milhões) e quase três vezes menor que o pico de importações de pneus ao Brasil, registrado em 2011, de US$ 1,561 bilhão.

Em relação às sobretaxas por dumping, o Brasil aplica taxas punitivas sobre pneus de passeio, SUVs e picapes oriundos da China, Coréia do Sul, Tailândia, Taiwan e Ucrânia.

Já sobre a importação de pneus de carga, usados em caminhões e ônibus, são aplicadas taxas punitivas de produtos oriundos da África do Sul, Coréia do Sul, Japão, Rússia, Tailândia e Taiwan. 

Com exceção de Taiwan, que paga sobretaxa sobre todos os pneus de passeio e carga vendidos ao Brasil, todos os mercados eleitos por dumping, pela defesa comercial brasileira, fecharam 2016 com os menores valores históricos de vendas de pneus desde 2011.

Caso a caso (países eleitos por antidumping)

China: as importações em 2016 caíram ao menor nível desde 2011, da ordem de US$ 169,1 milhões e recuo 19,7% comparativamente aos US$ 210,7 milhões registrados em 2015 e baixa de 46,9% sobre 2013, o melhor ano das vendas de pneus chineses ao Brasil, de US$ 318,2 milhões.

Japão e Coreia do Sul, seguem de perto as estatísticas chinesas, com o pior resultado de vendas desde 2011. As compras de pneus oriundos do Japão caíram 52,4% no ano passado e as da Coreia do Sul 32,7%. Comparado a 2012, pico das vendas de pneus japoneses, hoje se importa quatro vezes menos. Da Coreia do Sul, cujo pico de vendas também foi em 2012, importa-se hoje 5,5 vezes menos.

Da Tailândia, outro país sob defesa comercial do Brasil em pneus, as importações cederam 53,7% em 2016, observando-se recuo de 46% das compras oriundas da África do Sul – outro mercado abrangido pela defesa comercial.

A única exceção entre os eleitos por dumping foi Taiwan, que apresentou elevação das vendas ao Brasil, de 41,9%. Já as compras de pneus oriundas da Ucrânia, simplesmente se extinguiram. Desde 2015 o Brasil não importa um único pneu desse mercado.

Ranking geral

Mesmo com o mais baixo índice de vendas desde 2011, a China é a maior vendedora individual de pneus ao Brasil dentre 63 países que exportam esse tipo de produto ao mercado local.

Os chineses detêm um market share de 29% sobre os 30 maiores vendedores de pneus estrangeiros e 33% de participação dentro do Top 10 do mercado.

Argentina (22%), Estados Unidos (12%), Espanha (8%) e Japão e Coreia do Sul (6%), são os cinco maiores exportadores de pneus ao mercado brasileiro, seguidos por Vietnã (4%), Alemanha, México e França (3%).

Nota explicativa: Todos os dados mencionados foram obtidos a partir de 28 NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul), envolvendo pneus de passeio, picapes, SUVs, de carga (caminhões e ônibus), agrícolas, industriais e da indústria de recapagem, junto ao MDIC.

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