Podem faltar até 511 mil toneladas de borracha no mercado

Saindo do curtíssimo prazo e mirando o médio e longo prazo, a demanda por borracha natural será forte na sequência do excepcional desempenho das indústrias automotivas da China, Índia e da recuperação dos níveis de produção das linhas de montagens de veículos no Japão e Estados Unidos, esperadas para este ano.

Imagem0123Saindo do curtíssimo prazo e mirando o médio e longo prazo, a demanda por borracha natural será forte na sequência do excepcional desempenho das indústrias automotivas da China, Índia e da recuperação dos níveis de produção das linhas de montagens de veículos no Japão e Estados Unidos, esperadas para este ano.

Essa é uma das principais expectativas da Associação dos Países Produtores de Borracha Natural (ANRPC), mas também um de seus maiores temores. Entre as projeções de crescimento e retomada da produção global de veículos, a entidade alerta para a possível escassez de 100.000 toneladas do insumo entre 2012 e 2013, subindo para 511.000 toneladas entre 2014 e 2015. 

Essas estimativas são endossadas pelos 11 países membros da entidade, entre eles: Camboja, China, Índia, Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, Filipinas, Singapura, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã, responsáveis por cerca de 93%da produção mundial de borracha natural. 

Esses países conseguem elevar a produção de borracha natural na faixa de 4% ao ano entre 2013 e 2018, com taxa de replantio de 3,5%, mas a taxa de crescimento da demanda é maior, de 6% ao ano, o que abre um espaço complicado entre oferta e demanda, de dois pontos percentuais.

Em economia, quando a demanda é maior que a oferta, os preços sobem. 

A expectativa é que a indústria automotiva da China expanda sua produção em 8% neste ano, mas dois fatores adicionais de pressão devem vir do excelente desempenho observados pelos setores automotivos da Rússia e Índia, e da recuperação da produção japonesa, afetada em 2010 pelo impacto do Tsunami – seguido de tremores de terra e problemas como o vazamento de resíduos tóxicos em usinas nucleares que, praticamente, paralizaram boa parte do setor produtivo daquele país. 

Dados da Organização Internacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (OICA) mostram que o setor automotivo russo expandiu sua produção em 41,7%, para 1.988.036 unidades em 2011, ante 10,7% do setor automotivo indiano (3.936.448). Em 2010, o mercado russo já havia exibido expansão de 93,5% e o indiano, de 34,7%. 

Em 2010 ante 2009, a indústria automotiva do Japão havia elevado sua produção em 21,4%, mas em 2011, por força do Tsunami, houve um revés de 12,8% que deve ser recuperado neste ano. 

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