Indústria recicla 223 mil toneladas de pneus no 1º semestre

A indústria brasileira de pneus fechou o primeiro semestre com a coleta e correta distribuição de 223 mil toneladas de pneus inservíveis. As operações foram feitas pela Reciclanip.

A indústria brasileira de pneus fechou o primeiro semestre com a coleta e correta distribuição de 223 mil toneladas de pneus inservíveis. As operações foram feitas pela Reciclanip, o braço de sustentabilidade e meio ambiente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que reúne 17 empresas produtoras de pneus no Brasil.

esteira_para_trituracao_-_cred_ivson (333x500)Segundo a entidade, o volume de pneus reciclados equivale a 44,6 milhões de pneus de carros de passeio.

A Reciclanip conta hoje com número superior a 800 pontos de coleta em todo o país e prevê, para a operacionalização do negócio a soma de R$ 99 milhões, recursos que são garantidos pelos associados à entidade.

“Os recursos são utilizados para os gastos logísticos e de sua tributação, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos na destinação correta”, destaca em nota o presidente da ANIP e da Reclanip, Alberto Mayer.

Segundo o executivo, a Reciclanip conta com 834 pontos de coleta e uma média de 70 caminhões transitando diariamente, todos os dias, para a realização do trabalho.

Desde 1999, a Reciclanip já coletou e realizou a correta destinação de 2,9 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 581 milhões de pneus de passeio. Desde então, os fabricantes de pneus já investiram R$ 571 milhões no programa até junho de 2014.

Destinação 

Entre os produtos que reutilizam a borracha – fruto do processo de reciclagem – estão solados de sapato, materiais de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais e tapetes para automóveis.

“A borracha moída e separada também é misturada ao asfalto para uso em pavimentação, gerando o asfalto borracha, que apresenta importantes vantagens de segurança e durabilidade”, destaca o informe da ANIP.

Segundo o documento, a maioria dos pneus inservíveis vem sendo coprocessada como combustível alternativo nas indústrias de cimento, operação cercada de todos os cuidados ambientais necessários, com o uso de sistemas especiais de filtração e retenção.

Todas estas destinações são aprovadas pelo IBAMA como destinações ambientalmente adequadas.

Recomendação 

César Faccio, gerente geral da Reciclanip, destaca um ponto relevante nos processos que envolvem a política de resíduos sólidos relativas ao produto pneu, algo que passa pela contribuição e colaboração dos consumidores.

“É muito importante que o consumidor tenha a consciência de não levar pneus velhos pra casa. Sempre que ele comprar um pneu novo, ele deve deixar seu pneu inservível na loja, que deve tomar as providências necessárias para que o pneu chegue até nosso ponto de coleta”, destaca o executivo em nota.

Segundo ele, os pneus inservíveis descartados de forma incorreta contribuem para entupimentos de redes de águas pluviais e enchentes, poluição de rios e ocupam um enorme volume nos aterros sanitários e podem ainda ser foco para o mosquito da dengue. Se queimados de forma errada, geram poluição atmosférica.

Observação: a Reciclanip segue o modelo de gestão de empresas europeias, em relação à coleta e destinação de pneus inservíveis, mas difere apenas no quesito remuneração. Em outros países, as empresas são pagas pelos vários agentes da cadeia produtiva para cobrir as despesas operacionais e garantir a destinação de pneus inservíveis. Os consumidores europeus, quando compram novos pneus para seus veículos, por exemplo, são obrigados a pagar uma taxa para a reciclagem dos pneus velhos. No Brasil, os fabricantes de pneus novos, representados pela ANIP, arcam com todos os custos de coleta e destinação dos pneus inservíveis, como transporte, trituração e destinação.

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