Produção de borracha natural vai subir, mas não muda nada

A produção de borracha natural deve subir neste ano, de 10,2 milhões de toneladas para 10,5 milhões neste ano. Os dados fazem parte do relatório de fevereiro divulgado pela Associação dos Países Produtores de Borracha Natural (ANRPC).

A informação é importante na medida em que induz a uma perspectiva de declínio no custo de uma das principais matérias-primas para a confecção de pneus, mas a ANRPC destaca que, apesar do aumento projetado para a produção, os países produtores vão cortar suas exportações. Só neste primeiro trimestre, o corte deve ser de 3,4%.

Motivo? Eles reclamam do efeito gerado pelas políticas anti crédito adotadas pelos governos chinês  e indiano em seus mercados internos – para controlar a inflação -, eles reclamam da depreciação da moeda japonesa e do aumento de preços do petróleo. Na cesta global de reclamações eles decidiram exportar menos e pronto, numa postura que lembra a Opep dos anos 70 – os preços estão bons e bem altos e vamos manter assim.

No caso da China, a ANRPC destaca que a fome por borracha natural dos chineses vem caindo e muito: foram 356 mil toneladas em dezembro do ano passado e agora essas compras devem ceder para 250 mil toneladas, ou seja, a ANRPC vai ter de achar armazém para estocar 116 mil toneladas de borracha que deixará de vender ao dragão chinês neste primeiro trimestre.

Os 11 países membros da ANRPC, entre eles Camboja,China, Índia, Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, Filipinas, Singapura, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã, são responsáveis por cerca de 93% da produção mundial de borracha natural.